UH nº 055/20 – Covas anuncia rodízio de carros ampliado e mais restritivo em toda a cidade de SP para ‘evitar ter que decretar lockdown’

 

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São Paulo, 7 de maio de 2020

UH 055/20
Covas anuncia rodízio de carros ampliado e mais restritivo em toda a cidade de SP para ‘evitar ter que decretar lockdown’

‘Momentos extremos exigem medidas extremas’, disse o prefeito durante coletiva na manhã desta quinta (7). Medida valerá em toda a cidade, a partir de segunda (11), durante todo o dia, inclusive sábados e domingos.

A prefeitura de São Paulo vai limitar a circulação de carros na cidade por meio de um esquema de um rodízio mais restritivo. A medida foi anunciada na manhã desta quinta-feira (7) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). “Momentos extremos exigem medidas extremas”, afirmou Covas.

A partir de segunda-feira (11), carros com placas de final par só poderão rodar em dias pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida vale para toda a cidade, não apenas o centro expandido, durante 24 horas, inclusive sábados e domingos.

“Essa é uma medida necessária para que a gente evite ter que decretar o lockdown na cidade de São Paulo”, defendeu o prefeito durante coletiva de imprensa virtual.

Resumo da medida:

  • rodízio de carros passa a valer a partir desta segunda (11) para toda a cidade e não apenas no centro expandido
  • carros com placa final par (0, 2, 4, 6 e 8) só poderão circular nos dias pares
  • carros com placa final ímpar (1, 3, 5, 7 e 9) só poderão circular nos dias ímpares
  • medida vale durante as 24h do dia e inclui sábados e domingos
  • táxis são isentos
  • aplicativos terão de rodar nos seus dias de placas, ou seja, par ou ímpar. O mesmo vale para funcionários de padarias, supermercados, pet shops, lotéricas e demais funcionários de serviços comerciais
  • a exceção será concedida apenas aos profissionais de saúde e agregados (técnicos, enfermeiros, funcionários que trabalham em hospitais)
  • veículos de imprensa são isentos desde que sejam cadastrados

O número de mortes pelo coronavírus continua aumentando e chegou a 1.910 na capital, com 23.187 casos. A taxa de isolamento social na cidade, única forma de prevenção contra a doença, por outro lado, continua em queda, com 48% de adesão, segundo último índice divulgado.

O número é considera abaixo da média mínima desejada para conter o avanço da pandemia e possibilitar medidas futuras de relaxamento da quarentena.

“Todas as ações que nos tomamos na cidade, desde fevereiro, fizeram com que a gente evitasse 30 mil mortes. É preciso lembrar que as ações fizeram com que a gente salvasse 30 mil vidas e a preservação da vida é o bem maior a ser tutelado pela prefeitura, e a razão pela qual a gente agora anuncia esse rodizio”, afirmou Bruno Covas.

Frota de ônibus

Por conta da ampliação do rodízio, a prefeitura irá ampliar a frota de ônibus na cidade.

“A partir de segunda-feira (11), teremos mil ônibus acrescentados na rede municipal de transporte e mais 600 que ficarão nos bolsões, para caso a SPtrans observe a necessidade, eles sejam incrementados”, afirmou o prefeito.

Profissionais da saúde

Segundo a prefeitura, a liberação da medida será concedida apenas aos profissionais de saúde. Os demais funcionários de serviços essenciais deverão seguir as regras do novo rodízio.

Os profissionais de saúde terão até dez dias para acionar a prefeitura para que sejam cadastrados e liberados de multas. Quem já tinha a isenção anteriormente, como é o caso dos médicos, segue autorizado.

“Após esse prazo de dez dias, caso não aconteça o cadastro, aí sim, recebendo a notificação, criamos juntas específicas para analisar a questão. Havendo a comprovação, a multa será cancelada”, afirmou o secretário municipal de Transportes, Edson Caram.

Profissionais de saúde devem enviar a solicitação para: isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br. “Vamos tornar um canal aberto com todo esse pessoal da área mádica para criar esse cadastro o mais rápido possível”, afirmou o secretário.

Ações educativas

Na noite de terça (5), o prefeito Bruno Covas suspendeu as interdições no trânsito. A medida foi usada por dois dias como tentativa para elevar o índice de isolamento social na capital paulista.

“O bloqueio de avenidas não surtiu o efeito desejado, não adiantou para conter as pessoas dentro de casa. Razão pela qual a gente anuncia o retorno do rodizio na cidade. (…) Essa medida é necessária para que a gente possa continuar a restringir”, defendeu Covas durante a coletiva.

Após reclamações de profissionais dos serviços essenciais e elevação do trânsito na cidade, a gestão municipal decidiu manter apenas as intervenções pedagógicas com enfoque na prevenção da Covid-19.

Segundo CET, nesta quinta-feira (7), as ações ocorreram nas Avenidas Vital Brasil com Avenida Corifeu de Azevedo Marques; na Zona Oeste, e nas Avenidas Edgar Facó, esquina com Avenida Paula Ferreira, na Zona Norte.

Os bloqueios parciais começam a partir das 7h e ocorrem até as 9h. Nesses pontos, agentes de saúde fazem exibições de mensagens aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença.

Fim dos bloqueios

A suspensão aconteceu após muita reclamação de funcionários da saúde, que foram barrados nesses bloqueios criados pela administração municipal. O episódio gerou a abertura de um inquérito civil público por parte do Ministério Público do estado de São Paulo para apurar a medida aditada pela gestão municipal.

O prefeito avaliou que eles não tiveram o efeito desejado, que era de elevar a adesão dos paulistanos ao isolamento social na cidade.

Movimento nas ruas

O isolamento no estado de São Paulo caiu na segunda-feira (4) e chegou a 47%, segundo dados divulgados pelo governo do estado. Nesta terça-feira (5) o movimento era grande nas ruas.

Dezenas de pessoas formaram uma fila na porta da Agência da Caixa econômica do Largo 13 de maio, na Zona Sul de São Paulo. Na hora do almoço muitas pessoas se aglomeraram em frente a Galeria Pagé, na região central da capital paulista, à tarde a Guarda Civil Metropolitana foi ao local e mandou fechar os comércios que estavam abertos.

No centro, era possível ver muitos vendedores na rua Barão de Duprat, a subprefeitura da Sé informou que fez uma fiscalização na região e que quatro lojas foram interditadas e multadas em cerca de R$ 9 mil.

No parque Dom Pedro o comércio clandestino de cigarros estava funcionando normalmente. Alguns bares do Brás permaneceram abertos e, apesar da proibição de se consumir no balcão, muitas pessoas estavam comendo e bebendo do lado de fora, também havia aglomeração na Praça da Sé.

A Prefeitura disse que fiscaliza e já fechou 299 estabelecimentos não essenciais que furaram a quarentena, 115 só na região da Sé, 34 em Aricanduva, 23 em santo amaro e 14 na Lapa.

Fonte: G1 

Atenciosamente,

Marcos Farneze
Presidente